segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Artigo: Creche é escola, por João Luiz Stein Steinbach

Quando falamos em educação infantil, surgem algumas reflexões quanto ao papel das 'escolinhas' na vida das famílias e das crianças de 0 a 5 anos. Até 1996, as creches e as pré-escolas tinham o caráter de cuidado e de nutrição, sem a preocupação educativa. No entanto, com a publicação da LDBEN-9394/96, a área de atuação de professores e estabelecimentos de ensino dessa faixa etária passou a ser reconhecida como educação infantil, compondo a primeira etapa da educação básica.
É dever da União e dos estados oferecer apoio financeiro aos municípios para suprir a educação infantil e o ensino fundamental. Infelizmente, não tem sido prioridade dos dirigentes municipais o provimento das vagas necessárias para esse setor. No Brasil, menos da metade dos meninos e das meninas até 6 anos freqüenta escolas de educação infantil, segundo dados do IBGE.
Em relação às escolas privadas, a questão é que muitas não fizeram a evolução pedagógica de creche e pré-escola para estabelecimento de ensino. Essa evolução exige que, além de cuidar e alimentar, a escola trabalhe novas metodologias, como proposta pedagógica, desenvolvimento da autonomia, interação e socialização, ações educativas e avaliação (registro de tudo o que a criança faz frente ao que é proposto).
Ao procurar uma escola de educação infantil, os pais precisam saber se esta tem professor e se sua carteira é registrada como tal. Muitas instituições contratam professores, mas registram como 'técnicos em desenvolvimento infantil', 'recreacionistas' ou outras denominações. A direção da escola que faz isso está comprometendo o componente pedagógico do estabelecimento e criando um passivo trabalhista. Além disso, a falta de cumprimento da legislação educacional compromete a qualidade do ensino.
A educação infantil é um complemento, uma extensão da família, e faz parte do projeto pedagógico a participação dos pais. É importante que os pais fiscalizem questões como professores registrados, projeto pedagógico, espaço físico e higiene.
O Sindicato dos Professores está atento às questões profissionais, econômicas e pedagógicas desse segmento, que acabam se refletindo na formação cognitiva e emocional das crianças.
professor e diretor do Sinpro/RS

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